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Amnistia denuncia condenação de ex-magnata dos media de Hong Kong Jimmy Lai

A Amnistia Internacional (AI) denunciou a condenação do ex-magnata dos `media` Jimmy Lai por "conspiração com forças estrangeiras", e exigiu a sua libertação, considerando o veredicto uma ameaça à liberdade de imprensa em Hong Kong.

Lusa /
Jaimi Joy - Reuters

A AI classificou a sentença como "o toque de finados para a liberdade de imprensa em Hong Kong".

"A previsibilidade do veredicto não o torna menos desolador: o trabalho essencial do jornalismo foi redefinido como um crime", declarou Sarah Brooks, diretora da AI para a China.

Segundo a organização, Lai foi preso "apenas porque ele e o seu jornal, Apple Daily, criticaram o Governo" e por atividades que "não seriam consideradas crime" antes da entrada em vigor da Lei da Segurança Nacional, imposta por Pequim em 2020, após os protestos antigovernamentais do ano anterior.

A AI considera Jimmy Lai um "prisioneiro de consciência" e exige a sua "libertação imediata e incondicional", sustentando que as leis de segurança "não servem para proteger as pessoas, mas para as silenciar".

A organização alertou ainda para "graves riscos legais" enfrentados por quem faz negócios na cidade.

Também a Aliança Interparlamentar sobre a China (IPAC) reagiu, reunindo 76 legisladores de 30 parlamentos para condenar o que classificou como um "veredicto pré-determinado" e uma "farsa ao Estado de direito".

A IPAC afirmou que as autoridades ignoraram a oferta de Lai para apresentar provas em sua defesa e sublinhou que "não pode haver normalidade" nas relações com um Estado que "persegue inocentes".

O Tribunal Superior de Hong Kong declarou na segunda-feira Jimmy Lai, de 78 anos, culpado, num julgamento realizado sem júri e conduzido por três magistrados designados para casos de segurança nacional. A pena, que poderá chegar à prisão perpétua, será anunciada em janeiro.

A acusação alegou que o jornal Apple Daily publicou artigos que incentivaram a participação nos protestos de 2019 e que Lai atuou como "mentor e financiador" do grupo Stand With Hong Kong, que promoveu campanhas internacionais para a imposição de sanções contra autoridades chinesas e de Hong Kong.

A defesa argumentou que o jornal expressava posições legítimas no debate público e que a sua linha editorial estava protegida pela liberdade de imprensa e de expressão.

Jimmy Lai está detido desde 2020 e o Apple Daily foi encerrado em 2021, após uma operação policial e o congelamento dos ativos do grupo editorial.

 

 

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